Capa do Primeiro Anuário de Fanzines |
Seu nome é uma abreviação de “fanatic magazine” e trata-se de uma publicação independente, feita a mão, com menor tiragem e circulação, direcionada a um publico específico, normalmente bem pequeno comparado às publicações comerciais. No fanzine tradicional, reina a cultura do “faça você mesmo”, também presente na comunidade gótica. Seu maior diferencial é o fato de ser uma produção de “fã para fã”.
O fanzine já foi o principal meio de comunicação das tribos urbanas (hoje tem perdido bastante espaço para a internet) e representa uma forma de resistência diante dos meios de comunicação de massa e as generalizações feitas pelos maus entendedores desses grupos. Ele é a voz de cada tribo, carregando não somente informações gerais e novidades sobre sua cultura, mas também carregam fortes ideais políticos. Existem diversos tipos de fanzines, e os assuntos são muito variados: música, poesia, literatura fantástica, ilustrações, histórias em quadrinhos, entre outros, possuindo um foco diferenciado dependendo de sua proposta, fazendo deles verdadeiros objetos de coleção para os participantes das subculturas.
Desde o meu primeiro contato com eles, tenho conhecido diversos fanzines, cada um com o seu valor especial. Mas gostaria de destacar as seguintes publicações:
O fanzine De Profundis, que além de valiosas informações sobre a subcultura gótica, trazia também coletâneas com bandas nacionais (a Brazilian Darkwave), incentivando a produção cultural e musical dentro desta comunidade;
A Revista Carcasse, que se enquadra no formato mais atual de migração dos fanzines para internet, possui um vasto conteúdo sobre arte obscura e interatividade entre os públicos;
O Anuário de Fanzines, uma grande iniciativa de catalogação a nível nacional de fanzines diversos, possibilitando o contato e interatividade entre os produtores desse meio cultural;
O Zinescópio, uma coleção digitalizada de fanzines acessível via internet com downloads e compartilhamento online. É possível colaborar com a coleção enviando scanns de fanzines em formato pdf para publicação;
E por último, mas não menos importante, o Spell Work, de Thina Curtis, que possui formato tradicional, conteúdo bem amplo e está em plena atividade. Aliás, a Thina é uma grande agente cultural e defensora dos fanzines. Ela possui uma grande experiência com fanzines e a comunidade gótica.
Acerca de estudos sobre os fanzines, quero recomendar as seguintes leituras:
Almanaque de fanzines, o que são, por que são, como são: Guimarães, Edgard.
A mutação radical dos fanzines: Magalhães, Henrique.
Dos fanzines aos Weblogs: Uma análise sobre as semelhanças e difeerenças entre os dois suportes: Silva, J.A.B
Bem, chegamos ao fim. Um grande abraço! Igualdade, respeito e paz a todos =)
Cledson Bauhaus
Para ler o texto completo, acesse o blog Moda na Música: FANZINES: Expressão e resistência Lá você encontrará uma entrevista com a Thina Curtis, que logo mais será postada por aqui também.